Por mais uma de Identidade.



                                   
                                                                     Denise at Her Dressing Table - 1908-9 (Mary Cassett)

Como em toda arte, do íncio ao fim, o meio, este que explica o desenvolvimento dos eventos é o que mais intriga, pelo menos pra mim.
Quando Cassett traz à tona a importância de se debruçar sobre as reflexões acerca do que torna a mulher feminina a partir da sensibilidade presente no codidiano de sua época, pelo menos pra mim, é perceptível o quanto o método da observação ao que está ao redor é primordial para compreender o porquê das nossas emoções.

A pretenção aqui não é abordar aspectos teóricos da pintura expressionista, muito menos levantar um debate acirrado acerca da "feminilidade" da mulher numa conjuntura onde há uma cosmovisão contemporânia ditada pelos ideiais "feministas", mas sim, expor a reflexão do porque de tal imagem permitir pensar acerca da identidade.

Os espelhos.
Os espelhos, car@ internauta, são símbolos dos "meios" da identidade de algo ou alguém sob a forma de discursos. O seu próprio discurso. Imagino que já pensas que aqui serão levantadas abordagens das contribuições de Michel Foucault. Não. Não iremos nos aprofundar aqui sobre o poder que há entre a fala do locutor e a escuta do receptor. Podemos ser abalados com os ruídos certamente possíveis.
Destarte, quero ser apenas simples em minhas perspectivas.

Os espelhos.
Sim, mais uma vez estes.
Por que eles me atrairam?
Talvez porque tenho buscado compreender na materialiade os reflexos das coisas, mas até a minha própria identidade? 
Não sei muito bem o que Denise pensava ao se olhar no seu espelho de mão, como se sentia vendo o seu reflexo. 
Acredito que para adquirir um pouco de empatia, eu precisaria entender sua época, mas sobre sua ótica.
Mas, mais que conhecer a época de Denise é necessário eu me ater ao que influenciava Cassett, a sua criadora. 

Os reflexos.
Acredito que posso sintetizar "por mais uma identidade" olhando para estes. Os meus e não os dos outros. E ainda que eu os visse, não conheceria seu interior.
Não se conhece outrem por seus reflexos.
Se conheceres alguém, me apresente este.
No mais, acredito que possamos ver potencial sim nos reflexos do espelho.

As memórias são vestígios do nosso passado e por mais que exitemos, nossos reflexos não nos denunciam apenas o momento frente a ele, mas o que nossos olhos lembram sobre nós.
Olhamos no espelho os reflexos de ontem e ainda assim projetamos sobre o que vemos nele o futuro idealizado.
Somos vítimas dos discursos dos reflexos?

Conheci a alguns anos uma filosofia que alertava algo muito importante acerca do conhecimento de si mesmo.
Se não atentares a viver sob a custódia do devir em potência do que acreditas, do que te move (eu sei, não devemos entrar nos trâmites das diáleticas. Garanti anteriormente que serei simples em minhas perspectivas) a tal filosofia apenas diz: Não apenas leia sobre algo. Leia para este.
Pensando o Amor em sua essência, então.
O que poderia ler para o Amor?
Não sei ainda. Mas, pelo menos eu, descobri que não esquecer do meu reflexo depois que eu sair de frente do espelho é o que me manterá consciente sobre minha identidade.

"Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência." (TIAGO 1:22-24 - Bíblia Sagrada NVI)

M.I.M.


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